sexta-feira, 24 de maio de 2013

EXPLICAÇÕES DE FILHO



Meu pai, abençoe-me, juntamente de Mamãe, pedindo eu a
Deus nos proteja.
Sou trazido até aqui e escrevo como um doente que ainda
não consegue ajustar as próprias idéias para rogar-lhes
conformação.
Papai, as suas idéias chegam aos meus ouvidos.
É como se o senhor estivesse gritando e por isso ainda não
pude encontrar o repouso de que necessito para me refazer.
Creia, meu pai.
Nós todos somos de Deus e estamos nas mãos de Deus, se
posso dizer assim em me referindo à Providência Divina.
O que aconteceu a seu filho devia acontecer.
Estudarei isso aqui para, mais tarde, explicar-me com mais
segurança.
Não culpe a ninguém.
Meu companheiro de viagem é um bom rapaz.
Se tivemos a provação de estar juntos, é porque isso era
indispensável.
Não pense que vínhamos sem cuidado.
Tudo certo.
Mas, em verdade, papai, quem pode prever que manobra será a dos outros nos caminho sem que estejamos guiando corretamente um carro?
E mesmo que a pessoa seja correta e segura, quem pode garantir a posição dos freios em máquinas dessas que hoje nos favorecem qualquer viagem?
Quando acordei, não compreendia cousa alguma.
O veículo me impusera um movimento brusco e somente depois vim a saber que havia sofrido fratura na base do crânio.
Estou em tratamento.
Daquele 22-23 de maio para cá, o tempo é muito curto.
Sou trazido aqui para que o senhor não enlouqueça de
sofrimento.
Lembre-se de Mamãe, de Sandra, de Nora e de todos os
nossos que precisam de sua presença.
Acalme-se para que seu filho consiga descansar.
Ajude-me.
O senhor foi sempre o meu melhor e maior amigo.
Agora, contarei ainda com a sua proteção e com o seu carinho para sentir-me mais forte.
Reze, meu pai, como vem fazendo a Mamãe.
A oração é um calmante.
Ampare-me.
O senhor queria que eu ficasse para cumprirmos os nossos
planos para o futuro, mas Deus, papai, fez o melhor para nós.
Eu estaria muito triste se houvesse cometido um crime em
desacordo com os ensinamentos e exemplos que recebi de sua vida, constantemente, mas, graças a Deus, voltei para cá de
consciência tranqüila.
Se pudesse, teria permanecido em sua companhia e na companhia de Mamãe; no entanto, as razões da Vida Espiritual devem ser respeitadas.
Nada sei ainda senão que sofro, escutando os seus pensamentos agitados.
Não guarde revolta, meu pai!
Aceitemos a Lei de Deus.
Prometo, quando souber os motivos pelos quais devia fazer aquela viagem a Pirenópolis para me despedir do corpo físico, eu contarei.
Por agora, peço calma e paciência, e, sobretudo, a cessação de qualquer pensamento de suspeita sobre o companheiro que tudo teria feito para salvar-me a vida.
O tempo passa.
O senhor e Mamãe não me perderam.
Aqui, a vida continua e quando tudo estiver rearmonizado, voltarei para cooperar com o senhor em todo o trabalho que Deus nos deu para fazer.
Perdoe-me se não atendi à sua prudência, quando me falou sobre a inconveniência do passeio.
Não foi rebeldia, nem desobediência ao seu carinho. Julguei que tudo daria certo, mas deu certo de outra maneira, da maneira que as Leis Divinas julgaram como sendo a mais justa.
Estou cansado de escrever.
Não consigo continuar.
Peço-lhe com lágrimas para viver e ficar tranqüilo. Lágrimas
de emoção e confiança pela oportunidade de falar escrevendo.
O Vovô Ferreira, seu avô e amigo de nós todos, está comigo.
Com ele, muita gente boa está me amparando.
Apenas eu não posso grafar as minhas idéias com a clareza e a segurança que desejava.
Venho só para pedir-lhe o socorro de sua conformação e de sua paz que me devolverão o equilíbrio e a harmonia de que estou precisando.
Não se aflija com a observação de Tia Leda.
Eu trazia comigo no carro uma rosa amarela e queria dizer que não desejava ver os meus queridos familiares plantando angústia no coração, mas estava com tanta dificuldade para me exprimir, como me sinto agora.
Papai, Mamãe, compadeçam-se de mim e não chorem mais.
Ajudem-me.
Preciso muito da calma de todos.
Agradeço o carinho dos nossos amigos daqui e daí que nos guiaram para este encontro.
Até mais tarde, papai.
Com o senhor e com a Mamãe, e também com as meninas, o coração.
Sou o seu filho reconhecido,
Napoleão.  (Uberaba, 7 de julho de 1972)
(Espíritos diversos, Entre duas vidas, p. 13 )

Cada um de nós tem o seu tempo de permanência aqui no plano físico.
A compreenção de que a vida continua  após a morte do corpo físico,nos consola e nos  mostra que a verdadeira vida é a espiritual. Aqui na Terra passamos uns tempos, revendo nossas atitudes e aprendendo as lições da vida