“Senhor, guia-me pois não posso mais!
Sinto-me ainda muito fraco devido aos caminhos que escolhi trilhar. Mostra-me a
solução derradeira para minhas dúvidas e fraquezas, e eu a seguirei sem
pestanejar. Não quero mais duvidar. Não suporto mais esta situação. É
torturante lembrar, que acreditei firmemente que quando meu corpo morresse,
minha consciência se extinguiria. Por isso, quase anulei-me após a morte
física. Tive pesadelos horrendos por um tempo que não posso e não desejo calcular.
Tenciono esquecer tudo o que se passou, mas não consigo.
Hoje, prostro-me perante Ti, Senhor,
despojando-me da vaidade louca e do orgulho sem medidas a que me deixei levar.
Acreditava que a vida era apenas material. Não pensava que havia um espírito
imortal a mover os nossos corpos. Ridicularizei as pessoas que na Terra combatiam-me
as idéias materialistas. Ironizei os padres e minha santa mãe. Julgava-me um livre
pensador, um douto sábio, um filósofo. Cheguei mesmo a escrever sobre o
assunto, dissertando sobre a estupidez da crença religiosa e da vida após a
morte. Conheci os espíritas e os julguei vigaristas à cata do dinheiro dos
ignorantes. Eu não confiava em ninguém.
Atualmente, percebo com clareza que eu
era um ser angustiado, pois nada me consolava acerca das amarguras da vida e da
frigidez da morte. Por isso, naquela época resolvera, num certo ponto da minha
jornada, a desprezar a questão, até que viesse a morrer e pudesse constatar,
por mim mesmo, a realidade.
Como não acreditava verdadeiramente em
nada, o meu despertar no plano espiritual foi lento e doloroso. Suportei
pesadelos hediondos, onde me via insistentemente sendo levado para o fundo da
cova, sob as flores do féretro, inúmeras vezes. Senti, para meu terror supremo, os músculos e demais tecidos corpóreos
serem corroídos pelos vermes. E o que dizer dos odores nauseabundos? Tudo isto
ocorreu em função de eu considerar firmemente, que o meu ser era constituído
somente por matéria densa.
Deus! Hoje, cada vez que digo o Vosso
Nome sinto minhas forças aumentarem. Minha recuperação completa está a caminho,
embora a fé na minha alma ainda seja algo vacilante. Os reflexos de antigos
pensamentos nefastos persistem e teimam em prejudicar-me.
Senhor, fortalece a minha fé, pois não
quero mais sofrer. Àqueles que porventura leiam esta mensagem, deixo um alerta:
não sigam meu exemplo de dúvidas e de dor!”19/04/1995
(Espíritos diversos, Depoimentos do além, p.8)
Quantos erros cometemos por orgulho ou vaidade; por pretentender encontrar respostas em nossas convicções menospresando a simplicidade dos ensinamentos cristãos!
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