“Milhões de nós outros, - os espíritos encarnados e
desencarnados em serviço na Terra - somos almas enfermas de muitos séculos.
Carregando débitos e inibições, contraídos em
existências passadas ou adquiridos agora, proclamamos em palavras sentidas que
Jesus é o nosso Divino Médico. E basta ligeira reflexão para encontrar no
Evangelho a coleção de receitas articuladas por ele, com vistas à terapia da
alma.
Todas as indicações do sublime formulário primam
pela segurança e concisão.
Nas perturbações do egoísmo: “faze aos outros o que
desejas que os outros te façam.”
Nas convulsões da cólera: “na paciência possuirás a
ti mesmo.”
Nos acessos de revolta: “humilha-te e serás
exaltado.”
Na paranóia da vaidade: “não entrarás no Reino do
Céu sem a simplicidade de uma criança.”
Na paralisia de espírito por falsa virtude “se
aspiras a ser o maior, sê no mundo o servo de todos.”
Nos quistos mentais do ódio: “ama os teus
inimigos.”
Nos delírios da ignorância: “aprende com a verdade
e a verdade te libertará.”
Nas dores por ofensas recebidas: “perdoa setenta
vezes sete.”
Nos desesperos provocados por alheias violências:
“ora pelos que te perseguem e caluniam.”
Nas crises de incerteza, quanto à direção
espiritual: “se queres vir após mim, nega a ti mesmo, toma a tua cruz e
segue-me.”
Nós, as consciências que nos reconhecemos
endividadas, regozijamo-nos com a declaração consoladora do Cristo:
- “Não são os que gozam de saúde os que precisam de
médico.”
Sim, somos espíritos enfermos com ficha
especificada nos gabinetes de tratamento, instalados nas Esferas Superiores,
dos quais instrutores e benfeitores da Vida Maior nos acompanham e analisam
ações e reações, mas é preciso considerar que o facultativo, mesmo sendo Nosso
Senhor Jesus Cristo, não pode salvar o doente e nem auxiliá-lo de todo, se o
doente persiste em fugir do remédio.”
(Emmanuel, Livro da esperança, p.153 )
Se as receitas de saúde, de paz e de felicidade prescritas no Evangelho
fossem por nós" aviadas", as nossas dores e aflições seriam abrandadas pela compreensão de que os sofrimentos são os instrumentos com os quais
avançamos em direção a uma Vida melhor.
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