segunda-feira, 25 de junho de 2012

A GOTA D'ÁGUA


      Um dia, a Gota dÁgua, o Raio de Luz, a Abe­lha e o Homem Preguiçoso chegaram ao Trono de Deus.
      O Todo-Poderoso recebeu-os, com bondade, e perguntou pelo que faziam.
      A Gota dÁgua avançou e disse:
      — Senhor, eu estive num terreno quase deser­to, auxiliando uma raiz de laranjeira. vi muitas árvores sofrendo sede e diversos animais que pas­savam, aflitos, procurando mananciais. Fiz o que pude, mas venho pedir-te outras Gotas dÁgua que me ajudem a socorrer quantos necessitam de nós.
      O Pai sorriu, satisfeito, e exclamou:
      — Bem-aventurada sejas pelo entendimento de minhas obras. Dar-te-ei os recursos das chuvas e das fontes.
      Logo após, o Raio de Luz adiantou-se e falou:
      — Senhor, eu desci... desci... e encontrei o fundo de um abismo. Nesse antro, combati a sombra, quanto me foi possível, mas notei a presença de muitas criaturas suplicando claridade. Venho ao Céu rogar-te outros Raios de Luz que comigo cooperem na libertação de todos aqueles que, no mundo, ainda sofrem a pressão das trevas.
O  Pai, contente, respondeu:
— Bem-aventurado sejas pelo serviço à Cria­ção. Dar-te-ei o concurso do Sol, das lâmpadas, dos livros iluminados e das boas palavras que se en­contram na Terra.
Depois disso, a Abelha explicou-se:
— Senhor, tenho fabricado todo o mel, ao al­cance de minhas possibilidades. Mas vejo tantas crianças fracas e doentes que te venho implorar mais flores e mais Abelhas, a fim de aumentar a produção...
O  Pai, muito feliz, abençoou-a e replicou:
— Bem-aventurada sejas pelos benefícios que prestaste. Conceder-te-ei novos jardins e novas companheiras.
Em seguida, o Homem Preguiçoso foi chamado a falar.
Fez uma cara desagradável e informou:
— Senhor, nada consegui fazer. Por todos os lados, encontrei a inveja e a perseguição, o ódio e a maldade. Tive os braços atados pela ingratidão dos meus semelhantes. Tanta gente má permanecia em meu caminho que, em verdade, nada pude fazer.
O  Pai bondoso, com expressão de descontenta­mento, exclamou:e­
— Infeliz de ti, que desprezaste os dons que te dei. Adormeceste na preguiça e nada fizeste. Os seres pequeninos e humildes alegraram meu Trono com o relatório de seus trabalhos, mas tua boca sabe apenas queixar, como se a inteligência e as mãos que te confiei para nada valessem. Retira-te! os filhos inúteis e ingratos não devem buscar-me a presença. Regressa ao mundo e não voltes a pro­curar-me enquanto não aprenderes a servir.
A Gota dÁgua regressou, cristalina e bela.
O  Raio de Luz tornou aos abismos, brilhando cada vez mais.
A Abelha desceu zumbindo, feliz.
O  Homem Preguiçoso, porém, retirou-se muito triste.

Sempre  ha algo a ser feito em  nosso redor,
 seja ao nosso semelhante, ou à natureza.
O homem ocupa um importante  espaço na obra divina!

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