"Crer não é apenas aceitar. É conhecer,
é discernir o melhor, conquanto os
sentimentos do amor também façam parte
nas escolhas. O espírito é um mundo
de anseios, e só gradativamente vamos
conquistando as realidades compatíveis
com a nossa própria estrutura
espiritual.
A fé é um patrimônio sagrado que
herdamos da vida. É uma lei universal
configurada no livro de Deus, da
verdade constituída, de onde promanam a
esperança e a alegria. Se aceitamos a
fé que pode encarar frente a frente a razão,
não poderemos deixar de aceitar a fé
que desconhece outros ângulos, pois toda fé
é útil na escala a que pertence.
Se uma religião combate o tipo de fé
de outra, é por não estar segura da sua. Se
uma pessoa julga seu semelhante, por
não comungar consigo nas mesmas lides
espiritualistas, é por duvidar do
caminho por onde transita. Todos os processos
são bons, onde eles se afiguram.
Saber crer é a razão na sua mais alta
classificação de valores.
Apesar disso, é necessário que haja
maturidade na alma. Cada espírito encarnado
ou desencarnado vive em uma faixa
diferente, e o que pode ser bom para um
pode não ser para o outro. Vejamos as
diferenças de um chofer comum, de
automóvel, na Terra, para um
astronauta em uma cabine espacial. As exigências,
de um diferem das necessidades do
outro, por trabalharem em planos
completamente diferentes.
Assim, onde quer que estejamos, a
inteligência nos adverte que é mais proveitoso
saber crer, para um rendimento maior.
O esforço é de cada individualidade, no
certame do aprimoramento. Quem labora
para melhor está em oração, sem, em
muitos casos, o perceber. No entanto,
a ajuda de Deus não se faz esperar. Atinge
o coração de boa vontade, por todos os
meios disponíveis.
A persistência no bem é proporcionada
pela fé. Se achais que não a possuís,
procurai-a, que deve estar escondida
nas veredas dos sentimentos, em forma de
planta mirrada ou semente minúscula, e
cuidai dela, com os cuidados com que
cuidaríeis do mais precioso escrínio
da vida, pois ela é vida, ela é filha do amor,
ela é Deus palpitando em nós como Sol
dos sóis.
A dúvida é a negação da fé. Cria no
coração um vácuo turbulento de proporções
indescritíveis, que nos atormenta até
que a certeza dos nossos ideais nos
proporcione o ambiente de paz
imperturbável. Ninguém vive sem fé. Ela se divide
até o infinito. Se quereis saber o
valor da fé, aumentai a capacidade de confiança
de que estais respirando um magnetismo
puro, oriundo de fontes espirituais
elevadas, e sentir-vos-eis
imediatamente envolvidos por um bem-estar indizível. É
a fé, que transportou todas as
montanhas de divisões do amor com o ódio, abrindo
canais para que os céus adentrem pela
Terra, restabelecendo todas as coisas.
Se quereis saber o poder da fé,
confiai no amor de Deus para com seus filhos, e
pensai firmemente que estais servindo
de instrumento, pelo qual as bênçãos do
Senhor podem atingir o enfermo que
desejais. E logo vereis a cura ou o alívio da
pessoa que pretendeis auxiliar.
Vós e a vossa mente sois instrumentos
divinos que, unidos, operarão maravilhas,
dependendo da educação que derdes aos
vossos pensamentos, às vossas emoções. Essa é uma conquista na qual podereis
levar tempo. Todavia, com a
prática, notareis que todos os dias
avançareis um pouco e, a cada avanço,
notareis que a fé cresce na proporção
em que cresceis com o amor.
Esforçar para crer é humano, e saber
crer é divino. Mas o divino somente explodeno coração, libertando-o, pelo
esforço próprio". (Miramez, Horizontes da mente, p. 52).
Muitas vezes a fé é confundida com religiosidade. Não bastam atitudes,demonstrações de religiosidade como jejuns, promessas, orações intermináveis
se não tiver confiança, certeza de se conseguir. É preciso ter convicção de que o pedido
será concedido. Deus, que habita em nós, conhece o nosso íntimo.
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