“Irmãos,
meu nome na Terra foi adjetivo de morte e desventura. O desassossego foi meu
companheiro fiel de jornada, nesta minha última passagem pelo mundo. Provoquei múltiplas
desordens e sofri duro castigo devido ao julgamento de minha própria
consciência.
Ela
acusou-me tenazmente por tempos que pareciam ser eternos.
Confundi
civilizar com conquistar e manter a ordem com massacrar. Na minha sede de poder,
instiguei o ódio ao invés da tolerância, jogando homens contra homens.
Enfraquecer pela desunião para obter vitória, era a minha forma de agir
preferida, com a qual usurpei posses alheias e amealhei poder, o que custou
inúmeras vidas e a felicidade de muitos.
Permaneci
todo o meu tempo na Terra, buscando o domínio sobre os mais fracos e a enganar os
fortes, para atingir objetivos de cobiça e de uma vaidade desenfreada. Eu
desejava profundamente ser idolatrado, o que me levou à perdição.
Após
minha passagem para o mundo dos mortos, sofri perseguições de adversários revoltados
e de homens comuns, os quais sobrepujei com o uso da inteligência, de modo vil.
Espero
ter aprendido a dolorosa lição e agora tenciono que este relato sinalize,
claramente, o perigo que há em agir mal, sobretudo para aqueles que trilham o
mesmo caminho que percorri recentemente. Desejo que os governantes de toda
espécie não esqueçam que o túmulo é rumo inevitável aos mortais, e que, após a
transição natural da morte, nos defrontamos cruamente com as nossas dúvidas e
fraquezas. Não se engana a própria consciência, nem se acoberta a verdade com
falácias ou promessas mentirosas. A utopia ou a mentira não têm guarida do lado
de cá da vida.
Sigo
hoje, com passos trôpegos, à busca de equilíbrio e de uma nova meta para a minha
alma. Tenho sede de realizar algo de bom, com que possa realmente me orgulhar.
Tenho
sede da Verdade. Não quero mais que me julguem virtuoso ou competente, quando
não possuir tais boas características. Desejo apenas ser reconhecido como
trabalhador honrado.
Ainda
agora, desequilibro-me ao recordar os sentimentos que alimentaram minha última
personalidade terrena. Por isso, rogo a todos que vierem a ler esta mensagem,
que possam emitir pensamentos de estímulo para com a minha pessoa. Peço que
evitem a indiferença ou a franca reprovação. Explicaram-me, onde estou, que o
perdão é o passo inicial para a recuperação dos faltosos de qualquer espécie.
Sem o perdão, não estaremos fortalecidos o suficiente para reencetar uma nova
tentativa de aprendizado.
Assim,
despeço-me reiterando meus pedidos de boas vibrações e desejando que minhas
palavras sejam também esclarecedoras e úteis a todos.” 15/05/1995 (Espíritos
diversos, Depoimentos do alem, p. 21)
A responsabilidade é proporcional ao poder.
O destaque do cargo
significa trabalho em beneficio da comunidade.
O olhar egoísta que
motiva o político irresponsável, o leva prontamente a deslizes e facilidades
que a posição oferece cada vez maiores, de consequências danosas para si e para
comunidade a que representa.
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